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(Quase) todos clamam: Só sobrevive se for privatizada!

Com base nos anunciados graves prejuízos conjunturais registados em 2017, embora considerados sobre avaliados pelos auditores da empresa PricewaterhouseCoopers (PWC),o PS e o seu governo regional, despediram o presidente do Grupo SATA e foram os primeiros a dar o pontapé de saída para a privatização da SATA Internacional (Azores Airlines), no princípio do ano 2018.
Em vassalagem cega às pressões privatizadoras neoliberais dominantes na União Europeia (reconhecidas no próprio decreto da privatização) e aos interesses coincidentes do grande capital regional, representados em particular pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, até parece que o governo PS estava impacientemente à espera de um pretexto para isso mesmo.
Excluindo os maus resultados de 2014, desde a aprovação do decreto de privatização da SATA Internacional que os resultados financeiros mais aceitáveis, anteriores a 2017, foram desaparecendo de forma sistemática até hoje, assistindo-se a uma incompreensível e contínua decadência na boa gestão do Grupo, em particular da Azores Airlines, cuja responsabilidade deve ser assacada em última análise à ação (ou à falta dela) dos sucessivos governos regionais (PS e depois PSD/CDS/PPM), já que estamos falando de uma empresa pública com um único acionista, a Região.
E aqui se entrou num autêntico círculo vicioso de atribuir ao carácter público desta empresa (e não à má gestão, em si) a responsabilidade pelos recentes e contínuos elevados prejuízos da SATA Internacional, juntamente com a conclusão, partilhada tanto pelo PS, como pela coligação PSD/CDS/PPM, a que se juntam agora o Chega e a IL, de que a privatização da empresa se tornou por isso obrigatória, estando em questão a sua própria sobrevivência.
“Já ontem era tarde” berram em uníssonoos recém-nascidos fundamentalistas do neoliberalismo (IL e Chega), disfarçados de contrários aos grandes construtores da privatização desta estratégica empresa para o desenvolvimento regional e a mobilidade a que os açorianos de cá e de lá têm pleno e patriótico direito: o PS e o PSD.
“A SATA Internacional só sobrevive se for privatizada”, dizem todos eles em uníssono. NADA MAIS FALSO. A SATA só sobrevive se for pública!
Se não for pública, de acordo com aquilo que foi negociado entre a Região, o País e a União Europeia (e não exclusivamente por imposição da União Europeia como os privatizadores muito gostam de dizer, para sacudir a água do capote) os açorianos pagarão na mesma pelas dívidas da SATA Internacional acumuladas pela má gestão, mas sem com isso salvaguardarem o que quer que seja em termos do pleno direito futuro que lhes assiste à sua própria mobilidade para dentro e para fora destas ilhas.
De acordo com as negociações dos privatizadores regionais mais atuais (PSD/CDS/PPM/Chega/e IL), ao fim de dois anos meio ou de três, após a privatização, a SATA Internacional deixará de ter a obrigação sequer de existir; ou de ter qualquer base nos Açores; ou de conservar os seus postos de trabalho atuais; ou de cumprir as suas obrigações com o transporte dos açorianos na diáspora; ou de salvar doentes açorianos que necessitem de ser assistidos no Continente ou na Madeira; ou de transportar mercadoria economicamente prioritária para a Região. Se isto não é prejudicar os Açores e os Açorianos em nome de interesses económicos obscuros e aventureiristas, então o que será?
Depois de dezenas de anos da solitária voz do PCP sobre o assunto, muito se tem falado agora no POSEI transportes como forma de apoio específico da UE para ultrapassar os custos da insularidade distante. Porque nunca falaram disto para evitar oportunistas e desastrosas privatizações anti-estratégicas e anti-açorianas da SATA, os governos regionais do PS e do PSD/CDS/PPM?

Mário Abrantes

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