O presidente da Federação Agrícola dos Açores mostrou-se desagradado com o ministro da Agricultura por não garantiras ajudas complementares ao POSEI para 2026.
Jorge Rita reagia às declarações de José Manuel Fernandes, proferidas, na Segunda-feira, na Assembleia da República, de que o Orçamento do Estado para 2026 não dispõe de verba para as ajudas complementares ao POSEI, prometidas aos agricultores açorianos.
“Alguém deve estar a mentir e a política séria não se faz a mentir, muito menos àqueles que trabalham diariamente com muito sacrifício, com muita dedicação e com muita paixão, que é o sector agrícola”, afirmou em declarações à Antena 1 Açores.
O dirigente da Federação Agrícola dos Açores avisa que “o sector agrícola não deve ser enganado, nem por ministros, nem por secretários, nem por presidentes” e exige “que se reponha a verdade dessa situação”.
E prosseguiu: “E os rateios, independentemente de serem pagos ou não pelo governo da república, têm de estar assegurados pelo Plano da Região Autónoma dos Açores, conforme está no acordo de parceria, com essa cláusula e com essa obrigação”.
“Para os agricultores, essa situação não será um problema porque eles vão continuar a receber os rateios no mínimo até 2028. O governo regional que se desenrasque em relação a essa matéria, como se tem desenrascado em outras matérias, de forma até muito proactiva em algumas soluções, mas que para os agricultores arrastam-se muitas vezes. É uma situação muito incomodativa para o governo dos Açores”, considerou Jorge Rita.
Também no parlamento nacional, o ministro da Agricultura acusou o anterior governo socialista de não ter contemplado os agricultores açorianos com as ajudas europeias excepcionais para compensar os custos de produção devido à guerra na Ucrânia, destinando estas ajudas apenas ao continente.
O responsável adverte que há um compromisso que deve ser respeitado: “O primeiro-ministro actual, o ministro da Agricultura actual e o Presidente do governo regional actual, comprometeram-se connosco, dizendo que essa situação estava salvaguardada. Também começo a desconfiar que essas verbas poderão ter sido transferidas para outros sectores de actividade da Região”.
Jorge Rita diz que vai pedir explicações ao governo regional e adianta que perante estas situações, o parecer da Federação Agrícola dos Açores à proposta do Plano e Orçamento da Região para 2026 poderá ser negativo.
“Tudo se encaminha para que seja um parecer negativo”, alertou.
