A antiga dirigente e deputada do PS-Açores, Sónia Nicolau, desafiou ontem o líder do partido, Francisco César, a candidatar-se à Câmara Municipal de Ponta Delgada.
“Semanas após a apresentação da minha disponibilidade para ser candidata à Câmara Municipal de Ponta Delgada, mantém-se a indecisão por parte da liderança da estrutura de concelhia sobre o processo autárquico ao concelho de Ponta Delgada”, lê-se numa nota da socialista enviada ao nosso jornal.
“Pelo estado que os Açores se encontram, em falência de liderança política, económica e financeira, o Partido Socialista deve-se afirmar e diferenciar por decidir a favor das pessoas”, afirma, acrescentando que “não há expedientes que justifiquem a indecisão que coloca em suspensão a liderança do mais importante processo político dos 19 concelhos dos Açores. Não há tempo a perder!”.
Sónia Nicolau diz que “questionam-se, militantes e simpatizantes, até quando a indecisão e com que prejuízos políticos condicionarão uma candidatura vencedora à autarquia de Ponta Delgada. Ponta Delgada é a cidade líder de todos os indicadores económicos, culturais e sociais nos Açores”.
E conclui: “Face à indecisão conhecida entendo que o presidente do Partido Socialista, Francisco César, deve propor-se como o candidato à Câmara Municipal de Ponta Delgada, e a acontecer esta candidatura repensarei a minha disponibilidade apresentada”.
A resposta do PS
A Secção do PS de Ponta Delgada emitiu ontem um comunicado, onde se lê que, “conforme os Estatutos do PS/Açores, nomeadamente, no n.º 1, do seu artigo 49.º, a designação dos candidatos a cargos locais ou concelhios é da competência da Comissão de Ilha, sob proposta do Secretariado de Ilha, e ouvidas, prévia e obrigatoriamente, as Assembleias Gerais das Secções e as Comissões Concelhias respetivas”.
E acrescenta: “Nas próximas eleições autárquicas, o PS, à semelhança do que tem acontecido em todos os atos eleitorais autárquicos concorrerá a todos os municípios e a todas as freguesias nos Açores. No caso de Ponta Delgada, essa candidatura implica listas para a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e 24 freguesias, mobilizando cerca de 600 cidadãos”.
O PS conclui que, “à semelhança de anos anteriores, este processo será realizado com tranquilidade, transparência e igualdade de oportunidades para todos. O mesmo é dizer que os órgãos do PS farão o seu trabalho de forma a serem apresentadas candidaturas ganhadoras, as quais não podem ser prejudicadas pelo ruído desnecessário e inibidor da participação de cidadãos livres e conscientes ou ser condicionadas por qualquer espécie de agenda pessoal”.