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O PIB é Tudo, mas

A recentemente empossada presidente do Conselho Económico e Social dos Açores, defendeu que “O PIB Não é Tudo”. Não discordando que nos Açores vivemos um momento de divergência entre o aumento da riqueza gerada, e a redução no risco de pobreza, tal pensamento é perigoso. Até porque o bichinho do socialismo é muito prevalente por cá, e se a pouca utilidade do CESA tem sido evidente, agora liderada por alguém que claramente padece desse mal, poderá ser mais um travão ao crescimento e progresso da região. Tudo o que não se quer do CESA, e tudo o que não se quer para os Açores.
Embora o PIB tenha limitações como métrica única, ele é um indicador fundamental para medir a capacidade produtiva de uma nação ou região, sendo diretamente associado ao progresso civilizacional. O crescimento do PIB possibilita investimentos em saúde, educação, infraestrutura e tecnologia, elementos essenciais para melhorar a qualidade de vida. Estudos mostram que países com PIB per capita mais alto geralmente apresentam maior expectativa de vida, melhor alfabetização e maior inovação. Embora indicadores complementares sejam úteis, é o PIB que fornece os recursos necessários para implementar políticas que promovem o bem-estar coletivo. É o PIB que sustenta o socialismo.
O crescimento do PIB é fundamental no combate à pobreza estrutural de várias formas. Primeiro, ele gera empregos e aumenta o rendimento das famílias, permitindo maior acesso a bens essenciais. Além disso, o aumento do PIB proporciona ao governo mais recursos para investir em programas sociais, infraestrutura e serviços públicos, que são fundamentais para reduzir desigualdades. Por exemplo, países como a China e a Índia, esses perigosos socialistas, reduziram drasticamente a pobreza ao promover um crescimento económico robusto, que gerou desenvolvimento regional e inclusão social, melhorando as condições de vida em áreas anteriormente marginalizadas, e fizeram-no recorrendo a essa maluquice que é o capitalismo. Até a China de Deng Xiaoping rendeu-se às evidências e encetou uma abertura ao capitalismo, que nas últimas décadas retirou mais de 800 milhões de pessoas da pobreza.
Mas olhemos para o caso Açoriano. A relação entre o crescimento do PIB e a redução do risco de pobreza é por demais evidente quando olhamos para as últimas décadas, mas também é verdade que acreditando no crescimento também é 2023, o risco de pobreza aumentou, o que dá razão à afirmação: O PIB per si pode ser um mau indicador de desenvolvimento e bem-estar de uma nação e/ou região. O que este indicador mostra no caso concreto dos Açores, são as lacunas graves nas políticas públicas de combate à pobreza por um lado, e por outro o modo injusto como está a ser distribuída a riqueza, concentrada em poucos grupos dominadores. Seria bom vermos verdadeiras políticas de desconcentração da economia.
O atraso da entrada em execução real do novo quadro comunitário tem sido também um travão na aceleração da economia regional. Seria muito bom ter mais trabalho académico sobre o assunto, porém, uma região que não se quer conhecer é um dos sinais de uma região que continua a não acordar para o novo século e para a necessidade urgente de passar para primeira divisão das economias, correndo o risco de se não o fizer, continuar em eternos pedidos de solidariedade fiscal por parte da república.
O contrassenso entre uma forte actividade económica, com crescimentos robustos, e um aumento do risco de pobreza, deveria levar a uma profunda reflexão por parte de todos os agentes económicos, governo e sociedade em geral. Este modelo está a falhar em toda a linha, dado que, se olharmos para o estado das contas públicas, encontramos um enorme aumento da despesa, sem que o aumento da receita o tenha compensado com o racional adequado. É verdade que a região apresenta uma dívida pública relativa menor do que a do país, mas também é verdade que numa pequena economia tal não é um indicador de grande coisa. O argumento de que existem especificidades particulares nos Açores serve para os dois lados. Somos débeis também a sustentar a dívida. Factualmente a região acumula déficits, e o correspondente aumento da dívida, de modo absolutamente insustentável, e os 75 milhões de prenda que o governo da república deu agora antes do natal, não chegam para tapar sequer as necessidades de curto prazo. O ano de 2025 será muito complicado, e nem há sequer grande coisa que se possa fazer, a não ser algo que penalize fortemente os Açores os Açorianos. Os Açores merecem mais e melhor.

André Silveira

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