Edit Template

A Liberdade e a Democracia portuguesas, são de Abril!

As direitas em maioria na Assembleia da República resolveram aproveitar-se da sua conjuntural superioridade em número de deputados para impor administrativamente comemorações do dia 25 de Novembro de 1975 ao mesmo nível protocolar que as comemorações do 25 de Abril de 1974.
Os discursos dos promotores destas comemorações mostraram bem que o que esteve em causa nesta iniciativa, triste para a Democracia e para a Liberdade conquistadas em Abril (e não em novembro), foi mais uma tentativa de ajuste de contas com as conquistas alcançadas com a revolução. Por outro lado, os citados promotores esconderam o mais possível que o que afinal se passou em 25 de novembro de 75 foi um golpe contrarrevolucionário que logrou de alguma forma travar o desenvolvimento daquelas conquistas, mas não obteve, no entanto, os resultados almejados: 1º Impedir que as conquistas alcançadas no período anterior (a que chamaram PREC) pela ação conjugada do MFA e da participação ativa e massiva das populações, entretanto libertas, fossem constitucionalmente consagradas, e 2. Ilegalizar o PCP.
Embora os seus promotores pouca importância pretendam dar a isso, o que é certo é que foi uma iniciativa parlamentar bem coxa ela própria devido às fundamentais ausências do PCP, um partido que durante 48 anos se bateu ativamente pela revolução de Abril, ausências também de vários outros deputados, nomeadamente do BE, da Associação 25 de Abril, que representa os militares de Abril, e até mesmo dos capitães de Abril que enquadraram o chamado Grupo dos Nove, então expressão de uma cisão no MFA que alinhou de início com os contrarrevolucionários do golpe de 25 de Novembro.
E fora do parlamento? O que se passou? Um dia igual a outros. Nada, absolutamente nada que desse o mínimo de credibilidade à grotesca, ridícula e disparatada tentativa de comparação entre o golpe de 25 de novembro de 1975 e a Revolução dos Cravos de 1974, a única responsável pela restauração da Liberdade e da Democracia em Portugal, esta, pelo contrário, celebrada efusivamente na rua por muitos milhares de portugueses, enchendo as principais avenidas e praças de todo o país, no passado dia 25 de Abril.
De facto as ações contrarrevolucionárias, violentas e revanchistas que varriam Portugal no chamado Verão quente de 1975, tendo por alvo partidos e militantes de esquerda e o PCP em particular, onde se enquadrou o assalto em Junho desse ano ao Palácio do Governo Civil de Ponta Delgada, desenrolaram-se encostadas a um dos lados do MFA, entretanto dividido, e culminaram nas ações militares golpistas de 25 de Novembro que tinham por objetivo almejado pelos seus promotores o retrocesso revanchista das transformações revolucionárias, entretanto posteriormente salvaguardadas na Constituição da República, promulgada em 2 de Abril de 1976. Desse objetivo, as direitas portuguesas e os saudosistas do fascismo, nunca prescindiram até hoje, e foi disso, e só disso, clara expressão a promoção, esta semana, das chamadas comemorações do 25 de Novembro na Assembleia da República…
Nota de rodapé. Relatório semanal de Gaza (19-25 Novembro) – Pelo menos 250 palestinianos mortos, incluindo famílias inteiras soterradas sob os escombros das próprias residências bombardeadas. Mais um veto dos EUA a um cessar fogo na Palestina, proposto no Conselho de Segurança da ONU, e o ataque da administração Biden à sentença do Tribunal Penal Internacional contra o Presidente de Israel, por crimes contra a humanidade. A limpeza étnica no norte de Gaza executada pelo Estado terrorista de Israel, prossegue há mais de 50 dias.

Mário Abrantes

Edit Template
Notícias Recentes
Doentes do HDES transferidos hoje da CUF para o Hospital Modular
Taxa de mortalidade por tumores malignos nos Açores é a terceira mais alta do país
Hospital Modular foi avaliado inicialmente em 12 milhões de euros e poderá ser alocado a outra ilha
BE quer dados sobre HDES
PS pede justificações ao governo sobre HDES
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores