Edit Template

Jorge Arrimar ganha prémio literário em Angola

O escritor angolano Jorge Arrimar, que foi professor de Português, durante alguns anos nos Açores, foi o vencedor da VI edição do Prémio de Literatura Dstangola/Camões.
Jorge Arrimar diz que a distinção não abarca toda a sua trajectória literária, incidindo apenas no seu último título, “Cuéle – o pássaro troçador”.
Ainda assim, segundo relata o Jornal Angolano de Artes e Letras, reconhece que este prémio é como uma luz que ajuda a iluminar uma trajectória que, até certo ponto, tem estado na semiobscuridade e que começou já há muito tempo, na década de 70, quando publicou os primeiros textos no suplemento literário do GRUCUHILA – Grupo Cultural da Huíla, e o primeiro livro de poesia, intitulado Ovatyilongo (Lubango, 1974).
Seguiram-se, lembra, muitos mais títulos em poesia e, nos últimos anos, de ficção, entre os quais a trilogia dos planaltos. O Planalto dos Pássaros (2002), O Planalto do Salalé (2012) e O Planalto do Kissonde (2013), todos editados em Luanda pela Chá de Caxinde e em Portugal pela Campo das Letras.
Referindo-se à obra premiada, Jorge Arrimar nota que o livro foi sujeito à apreciação de um júri constituído por pessoas de reconhecido valor intelectual e grande conhecimento da literatura angolana, o que confere ao prémio uma qualidade “que não pode ser escamoteada por modéstia da minha parte”.
Na opinião dos jurados, Jorge Arrimar concilia “com naturalidade, num estilo simples e fluido, reminiscências de figuras relevantes da época e da sua própria história familiar e factos históricos profusamente documentados, que revelam tanto o esboço de uma harmonia possível no contacto entre duas culturas diferentes quanto a violentação de uma pela outra na concretização da ocupação colonial”.
O júri destacou ainda a qualidade de grande parte das obras apresentadas este ano a concurso, quer pelo seu domínio da língua e da escrita literária quer pela originalidade das suas temáticas ou pela sua crítica da realidade actual, que tornaram “mais difícil a decisão final”.
O galardão, no valor de 15 mil euros, será entregue ao vencedor, na quantia correspondente em kwanzas, em Angola, em Abril do próximo ano. Instituído com a missão de celebrar livros editados em poesia e prosa de autores angolanos de prestígio, o Prémio de Literatura Dstangola/Camões já distinguiu nomes como Zetho Cunha Gonçalves em 2019, pepetela em 2020, Benjamim M’bakassy em 2021, Boaventura Cardoso em 2022 e João Melo em 2023.
Jorge Manuel de Abreu Arrimar, o vencedor da VI edição, nasceu em Chibia, Huíla, em 1953. Na década de 1970, criou com amigos o Grupo Cultural da Huíla (Grucuhuíla). Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Luanda, tendo concluído a licenciatura em História e especializando-se em Ciências Documentais. Foi professor de Português nos Açores, onde dirigiu, com Carlos Loureiro, um suplemento literário chamado Página Africana.

Edit Template
Notícias Recentes
SATA quer poupar 65 milhões de euros com Plano de Sustentabilidade Financeira
S. Miguel entre as regiões do país mais caras para arrendar casa no ano passado
Açores batem novo recorde de passageiros desembarcados no ano passado
“Eurowings” vai ligar Dusseldorf a Ponta Delgada
Pescadores alertam governo para “desgraça” no sector
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores