Como era de esperar, o aumento generalizado de preços no início do ano fez disparar a inflação nos Açores, em Fevereiro, para 2,58%, quando no mesmo mês do ano passado tinha sido de 1,68%, revelou ontem o SREA e o INED.
No Continente verificou-se o mesmo fenómeno, com a inflação a atingir no mês passado os 2,39%, quando no ano passado foi de 1,30%.
A taxa açoriana mantém-se inalterada em relação ao mês de Janeiro, enquanto que no Continente baixou ligeiramente para -1 ponto.
Quanto à taxa de variação média dos últimos doze meses, terminados em Fevereiro, do Índice de Preços no Consumidor, “Total”, subiu nos Açores para 2,12%.
As maiores variações médias positivas verificaram-se nas classes “Comunicações” (5,15%), “Restaurantes e hotéis” (4,73%), “Bebidas alcoólicas e tabaco” (4,39%) e “Saúde” (4,02%).
Em sentido contrário, a classe que apresentou maior variação média negativa foi a do “Vestuário e calçado” (-2,89%).
A taxa de variação média dos últimos doze meses nacional foi de 2,46%.
Na variação homóloga, o aumento de preços das rendas e dos valores elevados que se registam na habitação, também ajudaram a alavancar a inflação.
Restaurantes e hotéis, transportes, bens e serviços, produtos energéticos e todas as categorias de certo modo ligadas ao sector turístico, continuam com preços altos, o que contribui para a inflação mais alta.
Quanto à taxa mensal do índice de fevereiro, “Total”, foi de -0,25%, diminuindo 0,14 pontos percentuais em relação ao mês de anterior.
A classe “Habitação, água, eletricidade, gás outros combustíveis” com 0,70%, foi a que mais se realçou no sentido da alta, enquanto no sentido da baixa foi a classe “Vestuário e calçado”, com -4,62%.
A taxa mensal a nível nacional foi de -0,11%.
Relativamente à inflação nacional, em fevereiro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC, destacam-se a dos Restaurantes e hotéis (classe 11), a dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1) e da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (classe 4).
Em sentido contrário, a única classe com contribuição negativa foi a dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (classe 5).
Quanto às principais contribuições para a variação mensal do IPC total a um nível mais desagregado, entre as contribuições positivas relevantes, realçam-se as dos sub-subgrupos dos Restaurantes, cafés e estabelecimentos similares, da Eletricidade, das Plantas e flores, das Férias organizadas em território nacional e da Manutenção e reparação de equipamento para transporte pessoal.
Em relação às contribuições negativas, destacamse os sub-subgrupos da classe do Vestuário, dos Voos internacionais e do Vinho.
No sector da habitação, a variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 5,9% em Fevereiro de 2025 (6,5% no mês anterior).
Todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo a Madeira registado o aumento mais intenso (7,6%).
O valor médio das rendas de habitação por metro quadrado registou uma variação mensal de 0,5% (0,7% no mês anterior).
As regiões com a variação mensal positiva mais elevada foram o Norte, Oeste e Vale do Tejo, Lisboa e Península de Setúbal (0,5%), não se tendo observado qualquer região com variação negativa do respetivo valor médio das rendas de habitação.