“Informação ou a falta dela” na saúde, foi o tema do Grupo Parlamentar do CHEGA para uma declaração política, apresentada ontem na Assembleia Legislativa Regional onde foram lançadas várias questões ao Governo dos Açores relativamente à actividade em saúde.
A deputada Hélia Cardoso começou por falar no “Portal Público dos Indicadores do Serviço Regional de Saúde”, esperando dados mais completos e validados desde o início do lançamento desta ferramenta. No entanto, seis meses depois, “esperava uma actualização de dados com mais frequência em vez da sua estagnação em Março. Esperamos que estes indicadores evoluam e cruzem produção com recursos humanos para se possa fazer «benchmarketing» (termo utilizado no portal do governo) ou em português, comparação entre profissionais e entre hospitais. Não há que ter medo de avaliar a produtividade”, afirmou a deputada.
Hélia Cardoso falou, depois, do MUSA — Modelo Único de Saúde nos Açores – apresentado em 2023, sendo um instrumento “que permitiria finalmente um repositório único de informação clínica dos Utentes do Serviço Regional de Saúde inserido no PRR (componente Hospital Digital)”. No entanto, apesar de ser uma forma de “reduzir despesa ineficiente na Saúde, na medida em que evita a duplicação de exames e análises clínicas, pelo que, perguntamos qual o ponto de situação?”, questionou.
A parlamentar passou depois para a despesa com a prescrição médica fornecida pelas farmácias, que “se traduz numa despesa de 40.000.000€.”. Apesar de haver a percepção de prescrição excessiva “que, em vez de tratar os problemas de saúde, podem afectá-la”, é necessário utilizar e analisar os dados que já existem.
“Há uma aplicação, no Serviço Regional de Saúde, que faz a conferência das facturas das farmácias, que, devidamente analisados, permite conhecer o perfil de cada prescritor, de cada Utente, dos psicotrópicos prescritos, permite acompanhar consumos e padrões de prescrição/dispensa por especialidade, por patologia, por adequação terapêutica”, explicou a parlamentar.
“Esta conferência de facturas era feita na anterior Saudaçor – que até detectou situações de prescrição anómala” – mas agora, questiona Hélia Cardoso, “esta componente tão importante da despesa do Serviço Regional de Saúde, que tanto impacto tem na saúde dos Utentes, não está a ser analisada pela Direcção Regional da Saúde?”, concluiu.