O coordenador regional da IL nos Açores defendeu ontem a necessidade de qualificar os activos e os serviços do turismo, considerando que é preciso dar mais notoriedade ao destino açoriano e motivar quem trabalha no sector.
“O turista é um consumidor de produtos açorianos, um consumidor que acaba por dar valor e acrescentar valor aos produtos da pesca, aos produtos da horticultura, aos produtos da viticultura. A maneira mais barata de transportar as nossas produções para mercados internacionais é na bagagem ou na barriga dos turistas”, afirmou Nuno Barata, em declarações aos jornalistas.
No terceiro dia de campanha para as legislativas regionais de 4 de Fevereiro, Nuno Barata, cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e da compensação, reuniu-se com a delegada nos Açores da Agência Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT), na cidade de Ponta Delgada.
Nuno Barata sublinhou que o turismo é um sector “extremamente importante” na região e uma área que tem vindo a ter um crescimento em todas as ilhas.
“As perspetivas para 2024 são muito boas, mas há várias coisas que têm de ser melhoradas na região”, assinalou o candidato.
Segundo Nuno Barata, os transportes terrestres são uma das questões a melhorar, “na perspectiva de servir o turista”, mas principalmente na óptica de “servir o prestador de serviços”, já que os trabalhadores do sector enfrentam várias dificuldades e têm “horários que, muitas vezes, não são compatíveis com os transportes colectivos” e ficam obrigados ao uso da viatura particular.
O coordenador regional da IL elencou ainda a qualificação de activos no sector do turismo, como outra das prioridades.
“A qualificação é uma responsabilidade dos empresários que só pode ser cumprida se houver oferta da Escola de Formação, Turística e Hoteleira e das escolas profissionais. E, ainda, se de facto o Centro de Qualificação dos Açores tiver essa componente da qualificação de activos na área do turismo”, sublinhou Nuno Barata.
Questionado sobre a falta de mão-de-obra no sector turístico, o candidato da IL disse que a solução não passa pela “importação de mão-de-obra”, nem por medidas “mais radicais como acabar com os subsídios sociais para que as pessoas entrem no mercado de trabalho”.
“Acreditamos que há uma terceira via, a da qualificação dos activos. Se as pessoas forem mais bem remuneradas certamente trabalham com outra vontade”, sustentou Nuno Barata.