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Eleições nacionais com muitas interrogações

Passadas as eleições regionais – ainda com dúvidas sobre o que se vai desenrolar – as atenções voltam-se agora para as eleições nacionais, onde a campanha se faz com mais dúvidas do que certezas.
Não se espera que os resultados das regionais tenham grande influência na eleição para a Assembleia da República. São quadros diferentes e situações também com outros contornos. Possivelmente, entrará no debate, sim, a solução que vier a ser tomada nos Açores.
De todo o modo, tem sentido relembrarmos os resultados das últimas eleições, para a Assembleia da República, tanto nos Açores como no País, para refrescar a memória.
Também a nível nacional as circunstâncias que marcaram a realização deste ato eleitoral são, em muitos aspetos, estranhas e podem marcar a orientação de muitos votos. As sondagens vão dando algumas pistas mas mantêm-se muitas interrogações.
Porventura, o elemento mais seguro é que a abstenção também baixe a nível nacional face à maior intensidade dos debates e às dúvidas que se colocam e que podem ter consequências para as pessoas.
Olhando os gráficos dos resultados de 2022 pode ver-se que o PS ganhou as eleições, tanto a nível nacional como na Região e foi possível construir um governo nacional, aparentemente estável, embora com muita turbulência em diversos sectores.

Que se passará nos Açores ?

No tocante aos Açores, não é fácil imaginar o que irá acontecer.
Como já se disse, não é linear que os resultados das regionais tenham influência na eleição para a Assembleia da República.
Neste ponto, as pessoas têm cada vez mais consciência politica e cada vez mais votam de acordo com a eleição em causa.
No entanto, tanto a campanha eleitoral como os discursos finais das Regionais vão ter influência na forma de ver estas eleições.
Nas conversas informais as pessoas gostaram do discurso firme de Bolieiro e apreciaram o facto de ter colocado o CHEGA no seu lugar.
Ouvia-se, recorrentemente, comentar que se se repetissem as eleições o PSD ganharia por maioria.
O líder do PS não foi tão feliz e durante a campanha também não conseguiu contrariar a imagem do seu autoritarismo e a forma pouco empática de lidar com as pessoas.
Ventura fez o possível para ganhar trunfos para as eleições nacionais, fazendo valer a melhoria dos resultados, todavia o seu representante na Região não esteve à altura dessa aposta e algumas “gaffes” da campanha eleitoral, fizeram crescer a ideia de que o CHEGA, apesar de estar a crescer em termos eleitorais, é um projeto com prazo de validade, como já aconteceu a vários outros partidos semelhantes.
Os restantes partidos, têm sido iguais a si próprios, com um eleitorado de proximidade e crê-se que manterão resultados semelhantes.
Mas, tal como nas eleições regionais, os eleitores vão procurar eleger a estabilidade.
No conjunto do país as pessoas também não compreenderam a necessidade desta eleição e, portanto, vão pesar muito bem qual dos lados se apresenta com melhores condições de conduzir a uma governação sólida.

*Jornalista

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