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Conselhos de médico – Prevenção em saúde

A prevenção em saúde é classificada em primária, secundária e terciária.
1–A prevenção primária é o ramo da medicina que visa auxiliar as pessoas a evitar ou contrair doenças. As ações que mais contribuem para a prevenção primária são as vacinas e a literacia em saúde. As vacinas evitam ou atenuam a gravidade das doenças. A literacia em saúde promove o conhecimento dos mecanismos e dos fatores de risco das doenças e deste modo o cidadão fica na posse de “ferramentas” que permitem tomar atitudes que evitem o aparecimento das doenças.
Alguns exemplos de prevenção primária: A – Cumprir o Plano Nacional de Vacinação; B – Não fumar (evita cerca de 80% dos cancros de pulmão); C – Ser ativo (dar mais de 10.000 passos por dia); D – Manter o peso ideal (a obesidade é um dos piores fatores de risco para a saúde); E – Alimentação saudável e variada (somos aquilo que comemos);
2 – A prevenção secundária é o conjunto de ações que visa identificar e corrigir precocemente qualquer desvio da normalidade em indivíduos presumivelmente saudáveis, se possível curando a doença ou evitando a sua progressão e as suas consequências.
Alguns exemplos:
Rastreios do cancro (mama, colo do útero, próstata, colon e reto);
Teste do “pezinho” nos recém-nascidos (para pesquiza da fenilcetonúria);
Rastreio da diabetes, da hipertensão arterial, da dislipidemia, do glaucoma;
Rastreio da acuidade visual e da audição.
3 – A prevenção terciária tem como objetivos limitar a progressão da doença, evitar ou diminuir as suas consequências ou complicações, adaptar o doente às suas incapacidades e prevenir a recorrência da doença.
Exemplos: A – Um doente diabético pode ter uma vida “praticamente” igual aos outros se fizer a medicação correta, se for ativo, se não for obeso, se controlar os “outros” fatores de risco, no fundo “se for responsável” pela sua saúde; B – Um doente com sequelas de AVC, através de um plano de reabilitação, pode diminuir as suas incapacidades, pode fazer uma adaptação nas suas atividades de vida diária, pode prevenir a recorrência da doença e pode ter uma vida de relação bem ajustada às suas incapacidades. Há muitas ações de carácter não médico que podem melhorar a capacidade funcional, melhorando o bem-estar, a reintegração familiar e social e a diminuição dos custos sociais e económicos.
4–Existem “outros” tipos de prevenção:
A prevenção “primordial” visa evitar os estilos de vida que se sabe que aumentam o risco de doença, prevenindo padrões de vida social, económica e cultural, promovendo a saúde e o bem-estar. Atua essencialmente através de legislação, Plano Nacional de Saúde, Plano de segurança alimentar, Plano ambiental, Saúde escolar, etc.
A prevenção “quaternária” tem como objetivos evitar iatrogenias (por excesso de intervencionismo médico), e sugerir alternativas aceitáveis, capacitar os utentes quanto às implicações dos tratamentos / intervenções, evitar a “hipermedicação”, salientar a importância das decisões clínicas da medicina baseada na evidência, ter em conta a relação custo-benefício para o doente e para a sociedade, etc. etc. etc. Voltarei a este assunto noutro artigo.

Notas:
1 – Estive cerca de 2 meses “sem aparecer” com os meus conselhos de médico. Tal deve-se ao facto de ter sido candidato a deputado (suplente), pelo círculo de S. Miguel, nas listas do PS (sou militante desde 1 de janeiro de 1974…!).
2 – Com muita pena minha não vi (nem ouvi) nos programas dos partidos, incluindo o meu, grandes referências a este assunto altamente relevante para a nossa saúde. Sem uma grande aposta na prevenção não teremos melhorias na nossa saúde.
3 – Haja saúde. Haja saúde. Haja saúde.

António Raposo*

*Médico fisiatra
e especialista em medicina desportiva

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