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Publicado em 29-09-2020
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Escrito por Olivéria Santos

Teresa Furtado foi uma de entre os muitos empresários que tiveram que encerrar os seus estabelecimentos comerciais, no passado mês de Março, por imposição do Governo Regional dos Açores e à semelhança do resto do mundo, na sequência das medidas preventivas para conter a pandemia covid-19 que atingiu grande parte do planeta Terra.
Visivelmente desolada com o que a pandemia provocou nos últimos meses, a proprietária da Loja Terezinha, localizada na freguesia do Rosário, concelho da Lagoa, em São Miguel, explica que desde o passado mês de Março a sua vida profissional nunca mais foi a mesma. Com um oferta que assenta, essencialmente, em vestidos de cerimónia, só para festas, e algum casual/chique, “a partir do momento que a pandemia levou ao encerramento das lojas e depois do mundo ter literalmente parado, com todas as festas canceladas e com os restaurantes fechados, também tive que encerrar o meu estabelecimento”, revela, confessando que depois de voltar a abrir as portas da loja, a 22 de Maio, “pensava que ia começar a vender e a fazer o meu negócio e o que vi foi a vida a andar para trás novamente. As festas continuaram canceladas, casamentos, baptizados e todas as festas religiosas e eu com a casa cheia de vestidos por vender”, conta.
Com a mercadoria toda na loja “por pagar” uma vez que Teresa Furtado recebe as novas colecções no início do ano entre Janeiro e Fevereiro, a empresária admite que este ano não sabia como se desenvencilhar. “Neste ramo, realizamos a compra, mas temos que a pagar. Tinha algum dinheiro, mas não era o suficiente para pagar uma colecção inteira e tive que me desenrascar sem apoios do governo, sem nada”, adverte.
Teresa Furtado admite ainda tentou recorrer a ajudas governamentais mas, como conta, “só havia para quem tem empregados, eu como estou sozinha na loja, não tive direitos”, alertando contudo que seria importante que quem de direito tivesse em atenção estas situações: “É preciso que se coloquem no nosso lugar, é verdade que não tenho empregados, mas também sou trabalhadora, tenho filhos e também preciso de pagar aos meus fornecedores que, por sua vez, também precisam de pagar aos seus funcionários”, assevera, adiantando que o marido tem uma loja de ferragens e tem ajudado no que pode, “mas também não podemos crucificar uma loja em prol da outra”, defende.
A empresária reconhece que só via a vida a andar para trás, com o negócio fechado e sem ter maneira de pagar as despesas. “Óbvio que não sou a única nesta situação e tenho mesmo muita pena que estejamos assim, sem turismo e com as lojas de vestuário e restaurantes vazios. Mas, não me canso de dizer que a minha vida parou e está neste momento parada e sem quaisquer perspectivas quanto ao futuro”.
Por este motivo, Teresa Furtado diz não estar “optimista”. Aliás, comenta, “estou mesmo pessimista para o resto de 2020 e todo o ano de 2021. Não acredito que no próximo ano as coisas mudem e melhorem. E basta vermos pelo comportamento de algumas pessoas que pode colocar em causa a segurança de todos. As pessoas também não estão a contribuir para conter o vírus. Ainda há muitos cidadãos que entram sem máscaras nos estabelecimentos e sem se preocuparem com as outras pessoas”, refere.
A título de exemplo, a empresária conta que na loja do marido, onde tem estado ao balcão a ajudar o marido, tem se deparado com “situações complicadas com alguns clientes porque chamo a atenção para o uso da máscara e esses reparos nem sempre são bem recebidos”.
Nestes seis meses de pandemia, a empresária admite que já perdeu muito dinheiro, não tendo dúvidas em afirmar que “é dinheiro que nunca mais vai recuperar, ou, se recuperar, não será tudo o que perdi. O cliente quer sempre mercadoria nova, a mercadoria que tenho neste momento, apesar de ser nova, para o ano poderá ficar a um canto porque todos os anos saem novas colecções e as pessoas estão sempre atentas às novas tendências e às novas colecções das marcas. Como a minha loja tem roupa multi marca, se o cliente está atento vai saber qual roupa é de um ano ou de outro”. Ainda assim, diz, como forma de tentar dar a volta à situação, “a roupa deste ano não foi exposta porque a loja esteve sempre fechada estes meses todos e uma vez que não havia festas não valia a pena estar a expor um produto que não ia ser vendido. Tentei preservar ao máximo a colecção para no próximo ano continuar a ser uma novidade”.
Para Teresa Furtado esta situação poderia ter-se evitado, considerando que se “encerrou muito cedo, na Região, os estabelecimentos. Creio que o Governo começou pelo fim. Fechou-se tudo na altura, fez-se cercas sanitárias com poucos casos em São Miguel e agora, que está pior do que estava, novamente com vários casos, já não há dinheiro para voltar a confinar e para mais lay off. As escolas já abriram, mas a pandemia continua”, adverte, dizendo, no seu entender, se “devia ter esperado mais tempo antes de se ter fechado tudo em Março. A meu ver agora é que se devia fechar e não naquela altura. Estivemos sem casos durante muito tempo e devia-se ter aproveitado para realizar as variadas festas como por exemplo o Espírito Santo e outras tantas, porque estávamos seguros, até porque o espaço aéreo estava fechado ao exterior. É claro que reconheço que as festas deveriam obedecer a regras de segurança, mas teria sido possível fazermos a nossa vida por mais algum tempo, mas não foi nada assim, fechou-se tudo, e agora que o perigo é maior está tudo aberto”, finaliza.
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