Edit Template

Alternativa(s)

Em outubro de 2020, José Manuel Bolieiro dirigiu-se aos açorianos na noite em que perdeu as eleições, com ar satisfeito e glorioso, para auto denominar-se vencedor, alegando que ia dar seguimento ao precedente aberto pelo PS na República – com a Gerigonça – e iria iniciar contactos para criar uma coligação que fosse alternativa ao socialismo democrático na região. Foi um homem de palavra, há que reconhecer. Levou esses contactos a bom porto, negociando com o CDS, PPM, IL e abrindo a porta ao poder à extrema-direita na região e formou Governo. Aí estava a alternativa.
Passados três anos daquela que seria a solução estável de governo na região, segundo os partidos que a apoiam e apoiavam, e de um sem número de estórias tristes à volta da mesma, IL e Chega decretaram a “insolvência” da mesma e voltamos a ser chamados a votar. E o que ganhou a Região Autónoma dos Açores com a alternativa de José Bolieiro?
Vamos a factos: os Açores voltaram a ser a região mais pobre de Portugal e acentua-se a desigualdade; a dívida pública regional cresceu nos últimos três anos; foi prometido o maior orçamento de sempre para habitação, executando apenas 50% do mesmo – e a execução de medidas com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência não chega a 10%; está novamente a aumentar a taxa de abandono escolar precoce na região; as operações de charme de alguns membros de Governo não se traduzem resultados, visto que os apoios em setores fulcrais como a agricultura e pescas, por exemplo, são cada vez mais escassos; não há uma única medida eficaz para apoiar a emancipação dos jovens e a sua fixação na região; os empresários e famílias sentem-se abandonados e o governo não apresenta soluções viáveis para o combate à inflação que levou ao aumento generalizado dos custos de produção e de vida; com a Tarifa Açores – excelente medida, reconheça-se – os açorianos podem deslocar-se via área interilhas por um custo razoável, no entanto a política de transportes marítimos piorou e a região continua sem soluções para a época alta entre as nove ilhas – o que impacta negativamente em setores como o turismo e a cultura, por exemplo. Estes são alguns dos mais significativos e preocupantes problemas que a região enfrenta e que o Governo não foi capaz de resolver ou dar resposta, acentuando ainda mais as dificuldades nalguns casos e que deixa evidente uma necessidade: dar lugar a uma alternativa à alternativa de Bolieiro.
Esta mudança tem nome: Vasco Cordeiro. Ao longo dos últimos três anos o líder da maior força política do parlamento regional intensificou a aproximação do Partido Socialista aos açorianos, aceitou e corrigiu a falha apontada pelo povo nas últimas regionais ao nível do declínio da escuta ativa que o partido tendia a evidenciar sendo governo, foi credível na oposição firme ao governo de direita, denunciando os casos mais flagrantes de incapacidade do governo – como os referidos anteriormente neste artigo – e, sobretudo, apresentando sempre propostas e soluções. O PS revelará nas próximas semanas as suas listas e projeto e já deu sinais de merecer a confiança dos açorianos. Alternativa há, caberá há soberania do povo decidir.

Rodrigo Pereira

Edit Template
Notícias Recentes
Hotel Hilton organiza passagem de ano com programa especial
Fundo de Resolução recebe dividendos da Oitante para suportar perdas de 489 milhões de euros com o BANIF
Hotéis do Grupo Bensaúde propõem passagens de ano com muita animação
Pianista ribeiragrandense Francisco Pinto dá o seu primeiro concerto
Observatório Astronómico de Santana Açores realiza primeiro Espaço Aberto a 3 de Janeiro
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores