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56247 dias de Jornalismo

De todos os muitos nomes que passaram pela Direção e pela Redação do “Diário dos Açores”, unem-se os extremos do tempo.
O visionário Manuel Augusto Tavares de Resende, fundador e máximo responsável, nos primeiros tempos da sua publicação, pelo mais antigo quotidiano dos Açores, entrelaçou a paixão pela comunicação e a capacidade de olhar mais além, fazendo do mar do século XIX um fator de união e de aproximação.
A réplica açoriana do “Diário de Notícias” ganhava forma não apenas para reportar o que se passava na ilha e na região, mas para trazer informação nacional e internacional, para aproximar os Açores do mundo e este do arquipélago, numa primeira e muito assumida visão verdadeiramente global do jornalismo.
Ao longo de 1847 meses, o “Diário” passou guerras e fomes, crises e terramotos, réplicas e recuperações. Passou por monarquia, república e autonomia, ultrapassou as fronteiras dos problemas e alojou-se, sempre, na dignidade, na ética e na responsabilidade da sua missão maior: informar.
Informar com independência, a tal que tanto falta a tantos.
Informar com equidistância, a tal cujo conceito é desconhecido de muitos.
Informar com paixão e equilíbrio, os maiores fios de prumo de uma atividade tão difícil quanto nobre, tão maltratada quanto indispensável.
Indispensável à democracia, qual balança permanente entre poderes e seus executantes, indispensável à autonomia plena de uma região do centro do mundo norte, braço estendido entre continentes mas, tantas e bastas vezes enegrecida pelo basalto humano, o que desconfia, critica e maldiz.
Pois a aventura, começada há 154 anos, aqui continua com outros nomes. O do Osvaldo Cabral é incontornável, referência maior do jornalismo destas ilhas e senhor do condão essencial do jornalismo: a credibilidade. Com as fontes, com as instituições mas, sobretudo, com os leitores.
São eles que mantêm vivo o sonho de Tavares de Resende, são eles o barómetro diário que continua a justificar a aventura de um jornal em papel, olhando o digital como o próximo (e fundamental) patamar de complementaridade do que, todos os dias, os oferecemos.
Dizer Diário dos Açores” significa dizer “Jornalismo”. Assim mesmo, com maiúscula, longe dos interesses nublados de grandes grupos económicos e a uma distância de segurança dos aproveitamentos políticos de ocasião.
Porque tudo isso passa e será escrito no jornal.
Hoje como há 56247 dias.

Rui Almeida*

*Jornalista

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