Como analisa, numa breve síntese, os resultados das eleições?
A noite eleitoral não trouxe grandes novidades. A Coligação era favorita, tal como havia escrito, e ganhou as eleições. Todos anteviam um grande crescimento do Chega e confirmou-se.
O PS, com o guião errado e sem perceber que fechar-se não era solução, continua a senda de perda percentual iniciada em 2008.
A perda de um mandato pelo Bloco de Esquerda em São Miguel e a manutenção da representação parlamentar da IL e do PAN, via circulo de compensação, não surpreende quem acompanha a política regional.
Esperar que a noite eleitoral tivesse sido diferente é que me causa estranheza. Andava muita gente distraída a bater palmas a erros crassos. Aí está o resultado. O povo é sempre sábio. Que saibam todos interpretar o veredito das urnas.
Quem são os vencedores e os derrotados destas eleições?
Os açorianos são os maiores vencedores. O aumento da participação eleitoral é um sinal de esperança. Inverteu-se um rumo que vinha de 2008. Finalmente os votantes ganharam à abstenção! Em relação a 2020, foram mais de 10 mil eleitores às urnas. Quanto aos partidos, temos que colocar a coligação como principal vencedora e, uns patamares abaixo, o Chega. José Manuel Bolieiro é o grandevencedor da noite. Do lado oposto, dos vencidos, temos Vasco Cordeiro e António Lima. O PS e o BE foram os únicos partidos que perderam mandatos.
Essa foi a resposta do eleitorado a uma eventual coligação à esquerda.
Como considera que vai ser a nova governação?
A Coligação ganhou as eleições e deve formar Governo. É verdade que, matematicamente, ficou a 3 mandatos da maioria absoluta. Mas não quero acreditar numa estranha geringonça para rejeitar o programa do Governo. Não vejo como possível o PS, que andou a campanha a falar de um determinado papão, a “coligar-se” ao Chega e ainda ao BE, para derrubar o Governo. Não foi isso que o eleitorado disse ao PS. Agitar a bandeira do Chega teve o resultado que se viu. Agora é hora de reflexão para uns e de governação para outros.
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