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Politicamente (in)Correto

Primeiro, as boas notícias em relação à composição da nova Assembleia Legislativa Regional, instalada há três dias para uma legislatura que se espera, de facto, de quatro anos (que isto de se andar a brincar às reprovações orçamentais tem custos, e bem graves, para o arquipélago e respetiva governação…).
Há 24 novos deputados e deputadas, o que, num universo de 57 mandatos, representa uma efetiva renovação de 45 por cento das caras que nos representam no hemiciclo da Horta.
Este é, de facto, um excelente dado, e que talvez comece a enquadrar uma nova forma de encarar a causa pública e a necessidade do estabelecimento – como já aqui diversas vezes sublinhei – de regras fortes para a limitação de mandatos e, consequentemente, para processos cíclicos de renovação de titulares. E não apenas no que concerne aos deputados, embora transversalmente se reconheça que será, desde logo, um excelente princípio…
Depois, as notícias previsíveis. Vasco Cordeiro deixa de presidir ao grupo parlamentar do Partido Socialista, e esta seria uma das soluções previamente pensadas pelos socialistas açorianos na eventualidade, entretanto confirmada, de perda de eleições e, consequentemente, de manutenção em situação de oposição.
Ao antigo líder do governo abre-se a porta do Parlamento Europeu. A experiência de Cordeiro além-fronteiras, a sua representatividade entre pares nas estruturas europeias, a vontade nunca escondida de tentar uma carreira internacional e a janela de oportunidade, por ironia criada com a derrota nas eleições regionais, catapultam o líder socialista açoriano para uma posição em que pode ser muito útil à região, trabalhando “lobbies” importantes e catalisando atenções de uma forma mais próxima e permanente do que o que, até, agora, tem sucedido nos corredores de Estrasburgo e Bruxelas.
João Castro ganha uma tarefa hercúlea. O antigo Presidente da Câmara Municipal da Horta e deputado à Assembleia da República emerge no universo parlamentar como líder do seu grupo e, consequentemente, figura de proa da oposição à governação da coligação. Castro não tem um feitio fácil, mas talvez por isso mesmo consiga cerrar fileiras internas, num momento de reorganização de “quadros” que o PS Açores já deveria, há muito, ter promovido. Se será ou não eficaz na retórica política e na capacidade de argumentação, é algo que só o tempo – e a acumulação de horas de debate parlamentar – poderá comprovar.
Restam os equilibristas do sistema. Pedro Neves, a cara do PAN que apenas pelo famigerado círculo de compensação conseguiu garantir a manutenção do lugar no hemiciclo, apressou-se, na sessão de instalação da nova ALRA, a sublinhar o que serão, certamente, as linhas essenciais da sua ação. Aliás, da ação (conjunta ou não, concertada ou não…) do PAN e da Iniciativa Liberal.
Neves e Barata prometem comportar-se como “as últimas bolachas do pacote”, uma espécie de fiéis da balança com meia dúzia de votos…
Importa dizer – sem desprimor algum para a qualidade dos pacotes de bolachas… – que a última, normalmente, vem partida…

Rui Almeida*

*Jornalista

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