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Falemos de amor e do seu poder transformador…

O amor, e todas as suas incidências, é um dos nossos temas de vida. Precipita a criação, inspirando artistas e poetas, enriquece o nosso mapa emocional (inquietando-nos, nem sempre da forma mais tranquila, contudo) e, também, estimula os cientistas a procurarem uma visão sobre esse fenómeno tão apaixonante, como confuso, como singularizante da nossa condição humana. Nos diferentes tipos de amor, sendo que todos “iluminam” o cérebro, são relevantes os conceitos de vinculação, de atração e de prazer. No caso do amor romântico, o conceito de desejo sexual é importante, para a sua compreensão.
A Psicologia e as Neurociências ensinam-nos muito sobre o amor, assim como, diria que felizmente, nos dizem que há muito que não sabemos explicar sobre ele. O Gonçalo M. Tavares tem um poema genial que concretiza esta ideia, quando nos diz que “Repara são dois mundos, Não é possível atirar água, À Matemática”. Procurar explicar o amor é, também, reconhecer que não há margem para as Ciências Exactas e que não controlamos inteiramente o que sentimos!
Ao contrário do que possamos pensar, o ser humano nasce programado para o amor, desde a nascença, enquanto ser gregário, na busca do estabelecimento de relações de vinculação. Nascemos preparados para reagir a estímulos com respostas agressivas ou com sentimentos de ódio mas a nossa programação é para o amor. É parte do equipamento de série da nossa máquina, sendo inato e não aprendido.
E parece que o amor faz bem à saúde, como demonstram alguns estudos, por exemplo, em sobreviventes a circunstâncias traumáticas. As relações amorosas seguras, de diferentes naturezas, demonstraram ser um factor de aceleração da recuperação. O amor ajuda, igualmente, a desactivar os trilhos cerebrais para as emoções negativas, tornando-as menos automáticas e ajudando a que fiquemos menos reactivos. O amor ajuda-nos a crescer e não só a sobreviver. E, na sua complexidade fisiológica, anatómica, sentimental e humana, o amor justifica uma reflexão, neste contexto em que somos hiper-estimulados por tudo o que é coisa.

Fique bem, pela sua saúde e a de todos os açorianos.
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Filipe Fernandes *

  • Psicólogo Clínico e da Saúde e Vogal da Direção da DRA-OPP
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