Como não uso estupefacientes, fico estupefacto com os desmandos dos que usam.
Aqui na Lomba da Maia é voz corrente que sem os apanharem em flagrante delito têm de ter x assaltos notificados à PSP para medidas de coação mais duras, pois todos sabemos quem eles são (isto é um meio pequeno) e muitos foram já confrontá-los, nalguns casos fazendo justiça pelos próprios punhos…
É um grupo pequeno e facilmente identificável desde há um ano ou mais, mas a insegurança é um sentimento coletivo que nos cerca e nos manieta
O que assusta mais são notícias como as do homicídio dia 31 maio 2024, nos Ginetes devido a drogas (sintéticas ou não) que se insere numa onda de escalada de crimes violentos e alguns casos fatais a que o arquipélago não estava acostumado… Este sentimento de impunidade que afeta a população da Lomba da Maia pode ser um barril de pólvora de curto pavio, e que só favorece os populistas e a demagogia do “Chega” em particular…
Mas vivemos numa democracia torta, como todas as democracias, e nem sempre é fácil endireitá-las mas neste arquipélago propenso a ser reativo e jamais reativo não se pode esperar mais do que temos…
Os jornais e até canais de TV do continente noticiaram, numa das primeiras vezes que vi a TV continental a falar desta terrinha de que tanto gosto e onde vivo há 20 anos.
Onda de assaltos preocupa moradores da freguesia de Lomba da Maia nos Açores
Já há um ano se falava disto na primeira página de um jornal local…
Toxicodependentes furtam casas na Lomba da Maia
Um grupo de toxicodependentes tem furtado várias casas na Lomba da Maia. É um problema constante que, nos últimos dois meses, aumentou na freguesia
Mas eis que finalmente o carma repôs a tranquilidade. Embalado pelas drogas sintéticas, o líder do gangue (creio que com 25 anos) já nem verificava se as casas estavam ocupadas ou não, queria era roubar… Saiu-lhe um agente da GNR ao encalço (segundo a fofoca local divulgou) que, prontamente, pediu aos agentes da PSP da Maia para virem prender o energúmeno que apanhara em flagrante delito na sua própria residência.
Os restantes membros do gangue sem o seu chefe estão agora mais inibidos e durante uns dois meses teremos algum sossego. Depois o assaltante voltará para nos ensombrar dias e noites.
Alguns, dentre os mais velhos, dizem que estamos a pagar o preço do progresso a chegar a zonas rurais mais calmas na costa norte da ilha do Arcanjo.
Chrys Chrystello*
*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713