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Racismo: insólito e pouco trivial

DOS JORNAIS LIA-SE COM ESTUPEFAÇÃO:

A polícia do estado de Illinois, nos EUA, partilhou, esta segunda-feira, imagens de uma câmara corporal (bodycam) que mostram o momento que um dos seus agentes disparou fatalmente contra uma mulher afro-americana. A vitima foi morta dentro da sua própria casa, depois de ter chamado a polícia, alegando que havia um intruso nos arredores. As imagens mostram dois agentes a conversarem calmamente com Sonya Massey, de 36 anos, até que começa uma breve discussão por causa de uma panela de água a ferver. O agente ameaça disparar contra a mulher se esta não largar o tacho, afirmando temer que esta atirasse o mesmo contra si. O homem acabar por disparar fatalmente contra a mulher.

Vários comentários vêm à mente ao ler isto, um deles é o perigo de morrer ao chamar a polícia quando houver ladrões em casa.
Outro, é o perigo estatístico de ser morto no caso de se ser afro-americano ou não-branco. Há muitos mais negros a serem mortos pela polícia do que brancos, e há mais negros a serem mortos por negros do que brancos a serem mortos por brancos (excetuam-se casos de terrorismo).
Outro ainda, faz lembrar a anedota, também passada nos EUA, em que um “ranger”(guarda-florestal) interpela uma jovem que estava num barco, no meio de um lago, a ler um livro, com equipamento de pesca no barco, apesar de ser proibido pescar. O agente diz que não a apanhou em flagrante delito pois ela não estava a pescar mas tinha o equipamento para cumprir essa infração. A jovem assediada pelo agente, diz que vai fazer queixa dele por assédio sexual, pois embora ele não a tivesse molestado, tinha todo o equipamento para o fazer.
Subjacente a tudo isto há todo um historial de violência desproporcional de polícias contra afro-americanos com inúmeras mortes violentas todos os anos, sem que houvesse perigo suficiente para os agentes dispararem a matar. Quer nos EUA quer mesmo no Brasil o historial é negro, denotando um racismo que permeia a sociedade desde o fim da escravatura e mesmo ao fim de séculos, continua a ser prevalecente na sociedade e nos meios de poder. Idêntico fenómeno se passa na Austrália com o continuado genocídio aborígene de que venho dando conta desde a década de 1980 e que consta do meu livro CRÓNICAS AUSTRAIS 1978-1998 (https://www.lusofonias.net/images/pdf/CRONICAS%20AUSTRAIS%201978-1998%204%20edicao%202015.pdf 4ª edição revista e aumentada em 2015https://heyzine.com/flip-book/f15a83184f.html#page/1).
Em Portugal há menos casos e o mais gritante foi o do cidadão ucraniano morto pelo SEF noi aeroporto de Lisboa, embora a tendência, em todo o mundo, seja de um aumento de atos raciais e discriminatórios, exacerbados pela ascensão de forças de direita e de extrema-direita. Ainda não chegamos ao nazismo da 2ª Grande Guerra, mas há precedentes graves como que se passa em Gaza (e demais Palestina), numa total inversão de valores mas com o mesmo denominador comum da raça ou etnia.

Chrys Chrystello*

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

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