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Aeroporto do Pico Uma questão política incontornável

Desiluda-se quem pensa que a questão do aumento da pista do aeroporto do Pico poderá ser, mais uma vez, matéria manipulável e susceptivel de ser adiada para as calendas gregas. E que será possível passar por entre os pingos da chuva.
Qualquer desvio do que foi o compromisso assumido, com pompa e circunstância, pelos principais partidos do arco governativo, ao longo dos últimos anos, terá pesadas consequências políticas. Esta aparente acalmia não passa disso mesmo. Todos os picarotos, de cabeça fresca e espinha erecta, estão atentos e vigilantes.
Esta questão poderá tornar-se mesmo na peneiragem definitiva entre o trigo e o joio. Não há habilidade oratória ou raposice política que consiga encobrir o gato com o rabo de fora. O próprio estratagema de mais estudos não convence ninguém que tenha formação técnica e intelectual.
O Pico já tem, hoje, uma elite que pensa pela sua cabeça e um tecido empresarial que tem provas dadas no desenvolvimento da Ilha. Longe vão os tempos dos bairrismos concelhios espúrios e dos feitores de chapéu na mão. O gigante acordou e não dá sinais de que vá voltar a adormecer.
Os picarotos sabem muito bem o que precisam e o que querem. Sabem, perfeitamente, que a pista do Pico tem problemas e que, mesmo com o aumento, não se evitarão algumas limitações, que também existem noutras pistas, bem maiores, da Região. Jamais não abrirão mão de uma infraestrutura que consideram, e bem, indispensável ao nosso desenvolvimento.
Mas vamos aos números, que não enganam.
De acordo com os dados publicados pelo SREA, em 2023, no Pico, desembarcaram 25356 passageiros e embarcaram 24494 em 170 voos territoriais. Considerando que os A320 da SATA oferecem 168 lugares, estamos a falar de uma taxa de ocupação de 87.3%.
Fazendo a mesma coisa para os dados de 2024 até julho fica em 87.8% de taxa de ocupação. Em 2022 foi de 76.4%. O custo médio de uma passagem nas duas rotas liberalizadas é de cerca de 300 euros e nas não liberalizadas, caso do Pico, entre 500 a 600 euros. O que significa que não são rotas deficitárias, como tanto se apregoa.
Todos os picarotos sabem, porque o sentiram na pele, que há um “adamastor” na sala que, pelos vistos atormentou e que continua a atormentar e inibir vagas de políticos, sem excepçoes. Que, ainda faz parte da nossa mitologia, mas que se tornou, por demérito próprio, num tigre de papel que apenas assusta quem ainda pratica a velha política.
O Pico não está contra ninguém nem contra o progresso de qualquer outra ilha do arquipélago. Apenas quer tudo aquilo a que tem direito, por mérito próprio. Somos, com muito orgulho, a terceira economia dos Açores que mantem um percurso de ascensão e que, por conseguinte, tem de ser tratada e valorizada como tal.
Bem faria o Governo Regional se, em vez de despender mais 69.000€ mais IVA num estudo complementar que apenas funcionará como expediente dilatório, decidisse adjudicar, finalmente, o projeto do aumento da pista do Pico. Projecto que, sem dúvida, irá resolver todas as questões existentes, como é sua obrigação e competência.
Demonstraria coragem política e boa gestão dos recursos públicos e não adiaria uma decisão que, inevitavelmente, terá de ser tomada, nem que caia o Carmo a “Trindade”, com elevados custos para todos.

Antonio Simas Santos

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