O líder do PSD, Luís Montenegro escolheu a recondução do chefe do governo da Madeira, Miguel Albuquerque, como presidente da mesa do congresso do partido.
No 42.º congresso do PSD, que decorreu no fim de semana em Braga, até domingo, Montenegro manteve também o líder do executivo dos Açores, José Manuel Bolieiro, como vice-presidente da mesa do congresso.
Segundo o líder do PSD, Albuquerque e Bolieiro demonstraram “especial vocação neste dois anos” de mandato para conduzir o congresso e do Conselho Nacional, dando uma “eficiência grande” aos trabalhos.
Montenegro disse que a mantenção de Albuquerque e Bolieiro significa a manutenção de “um dos maiores pecúlios” do PSD e da política portuguesa, que é aprofundar a autonomia regional e “garantir aos açorianos e madeirenses mais igualdade de oportunidades”.
Bolieiro pede mais coesão
O presidente do Governo Regional dos Açores acentuou a exigência de coesão social, económica e territorial em Portugal, considerou as regiões autónomas parte da solução e afirmou esperar que prevaleça a força da razão no Orçamento.
Estas posições foram assumidas por José Manuel Bolieiro no primeiro de dois dias do Congresso Nacional do PSD, que decorreu em Braga, num discurso que o líder do executivo açoriano encerrou com uma referência à proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
Dirigindo-se a Luís Montenegro, declarou: “Quero dizer-lhe que confio nos seus compromissos e na sua palavra, porque uma governação liderada pelo PSD tem história – e a história é o nosso currículo, o de bem fazer, cumprindo com honra a palavra dada, fazendo com que prevaleça a força da razão e não a razão da força”.
“Também no Orçamento é assim que acontecerá”, afirmou o líder social-democrata açoriano.
José Manuel Bolieiro defendeu que PSD está a executar um projeto reformista e que o atual Governo “transforma Portugal após um tempo de espera e de adiamentos”.
“Seis meses de coragem contra tempos de sedução eleitoral, mas sem rumo de desenvolvimento para Portugal”, disse, antes de deixar uma mensagem que realçou ao longo da sua intervenção: “As regiões autónomas são parte da solução para Portugal”
“É com as regiões autónomas que a liderança do PSD cumpre a sua matriz. Um partido reformista e descentralizador. Acredito que uma governação liderada pelo PSD sabe, na estratégia global e em cada orçamento e plano de investimentos, olhar com coragem a descentralização, reforçar a distribuição da riqueza nacional com justiça para as regiões autónomas e para o poder local”, frisou.
Antes de falar na importância dos Açores em domínios como a política do mar, a sustentabilidade dos oceanos ou a investigação espacial, José Manuel Bolieiro afirmou acreditar que o atual executivo da República fará “a diferença no desenvolvimento do território, na sua coesão territorial e na sua coesão social”.
“Que fiquem todos tranquilos, as regiões autónomas são parte da solução, são o referencial de estabilidade, assim como o é o PSD para Portugal. Estamos aqui por esse referencial de estabilidade e de soluções”, acrescentou.
Montenegro responde
a Açores e Madeira
O presidente do PSD prometeu “espírito de diálogo” com os governos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira sobre o Orçamento do Estado, manifestando confiança de que todos os agentes políticos vão demonstrar “sentido de responsabilidade”.
“Como sempre, com espírito de diálogo. Fosse o Governo dos Açores e da Madeira por alguém – como é o caso – do meu partido, seja em circunstâncias diferentes em que pudesse ser liderado por outro partido, como acontece com muitos municípios portugueses com os quais estamos a trabalhar diariamente”, afirmou Luís Montenegro.
Questionado se está convencido de que vai ter o Orçamento do Estado aprovado com os votos favoráveis dos deputados do PSD da Madeira e dos Açores, Montenegro respondeu: “o Orçamento é apenas um instrumento, importante, que permite ao Governo executar o seu programa”.
“E o sentido de responsabilidade que todos os agentes políticos devem ter, e privilegiar, vai entrar pensando nas pessoas, na vida de cada português, seja ele residente em Bragança, Guarda, Faro, Funchal ou Ponta Delgada. Nós estamos a pensar em todos”, disse.