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Tempus fugit

o salgado fio dos vossos olhos
lacrimejantes
oh Mães

que a dor inflama nos vossos corações
onde albergais os corpos dos vossos filhos
roubados à vida
e ao calor das vossas mãos

oh Mães
perturbados pelo cair das balas
que vêm perfurar as paredes das casas
deixando-as caiadas de sangue

e vêm decepar os ombros dos homens
havidos de medo
curvados a vasculhar entre os escombros
as mulheres e os filhos
que o ódio das guerras
soterraram

oh Mães
o fogo só é meigo
quando ateado no chão das lareiras
e por perto
o cão e o gato
e uma chaleira a chiar
a contrastar com o vento a assobiar o mau tempo

oh Mães
e são tantos os inocentes
entregues à matança de quem em nada acredita
e incita esse desdém à vida
e nem há bíblia que os ensine
a serem justos e moderados
empáticos com o sofrimento causado

oh Mães
de que serviu um Holocausto
desse horror que hoje não serve de exemplo ou lição

nada foi aprendido
multiplicam-se as gerações

e oh Deus
tudo foi esquecido
e delas saem ferozes Herodes
que enviam arautos a ordenar

  • silêncios de voz e acorrentar os tornozelos
    a quem suspira por um chão de terra e o sol da liberdade

Victor de Lima Meireles

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