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Governo actualiza plano de sustentabilidade do destino turístico 2030 com 39 novas acções que passam pelo reforço nas renováveis, transportes e água

O Governo dos Açores aprovou a 5.ª atualização do “Plano de Ação da Sustentabilidade do Destino Turístico Açores 2030” que organiza a resposta regional aos critérios internacionais de turismo sustentável e à certificação EarthCheck.
A revisão, datada de setembro de 2025, mantém o alinhamento com o Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores 2030 (PEMTA 2030) e com o Conselho Global do Turismo Sustentável (GSTC), assumindo a ambição de atingir, em 2029, o Nível I de Platina da EarthCheck. Em 2024, a Região obteve o Nível I de Ouro e aponta, para 2025, ao Nível II de Ouro.
O documento apresenta uma matriz de execução que passa a integrar 161 ações do Grupo Interno, 39 delas novas e 122 de continuidade com horizonte 2025-2030, reforçando a lógica de melhoria contínua exigida pela certificação.
Em paralelo, as nove Green Teams (equipas insulares) dinamizam 59 ações, maioritariamente de continuidade, para mobilizar comunidades e agentes locais.
No enquadramento estatístico, o plano sublinha que 2024 foi “o melhor ano turístico de sempre” na Região Autónoma dos Açores: 4,3 milhões de dormidas no conjunto dos meios de alojamento, mais 11,4% face a 2023; as dormidas cresceram em todas as ilhas (com variações anuais de +24,1% nas Flores, +16,9% na Terceira, +15,7% no Pico, +13,8% em São Jorge, +12,2% em Santa Maria e em São Miguel, +7,4% no Faial, +5,2% no Corvo e +2,4% na Graciosa); e os proveitos totais da hotelaria atingiram 187,1 milhões de euros, mais 18% que no ano anterior.

O que muda
nesta revisão

A atualização clarifica a governação do destino, referindo a renovação, por Resolução do Conselho do Governo n.º 156/2024, da Estrutura de Gestão da Sustentabilidade do Destino Turístico dos Açores (Açores DMO), responsável pelo planeamento, monitorização e reporte da certificação.
Reforça também o princípio “Pessoas Primeiro” e os dez eixos estratégicos, da eficiência energética à sociedade e cultura.

No plano operativo, a principal novidade é o bloco de 39 novas ações, com foco visível em energia limpa, mobilidade e gestão da água.

Energia
e descarbonização

Estão previstos novos parques fotovoltaicos no Faial (investimento de 2,76 M€, conclusão em 2026), Flores (0,84 M€, 2026), São Miguel (6,30 M€, 2026), São Jorge (1,99 M€, 2025) e Pico (2,76 M€, 2026), além de novos parques eólicos na Terceira (9,26 M€, 2026) e em São Jorge (7,58 M€, 2026).
O plano inclui ainda baterias para Santa Maria, São Jorge, Pico, Faial e Corvo (80,46 M€, 2028) e um parque de baterias em São Miguel (conclusão 2024) para aumentar a penetração das renováveis no sistema elétrico. Mantêm-se, como ações de continuidade, a expansão geotérmica em São Miguel e Terceira.

Transportes
e mobilidade

Entre as novas medidas contam-se a instalação de pontos de “refill” de água potável em todos os aeroportos até 2026, a bilhética integrada regional até 2029 e o reforço dos passes (incluindo o Passe Social gratuito para agregados até ao 3.º escalão do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), com meta de cobrir 60% dos atuais utentes).
Nos aeroportos do Corvo e da Graciosa avançam empreitadas de ampliação e requalificação (esta última com investimento previsto de 25 M€). No mar, a modernização da frota de passageiros da Atlânticoline persegue redução de 35% do consumo de combustíveis fósseis e prevê investimento agregado de 400 M€ até 2029.
O plano enquadra também a criação de infraestruturas para combustíveis alternativos nos portos de Ponta Delgada e Praia da Vitória.

Água
e saneamento

A revisão introduz intervenções de perda e armazenamento de água para uso agrícola — como a construção de uma lagoa artificial (4 M€) e a monitorização da salinização de aquíferos nas ilhas da Graciosa e do Pico, visando reduzir a pressão sobre os recursos hídricos no verão. Inclui ainda reparações de reservatórios, condutas e um conjunto de obras que privilegiam a distribuição por gravidade para cortar custos e emissões associadas ao transporte de água.

Resíduos e economia circular

No eixo “Resíduos Sólidos” avança o Programa Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores 20+ (PEPGRA 20+) e é lançado, já em 2025, um projeto de recolha de cápsulas de café com 130 contentores distribuídos por todos os concelhos. Mantêm-se, com metas anuais, o programa Eco-Freguesia (90% das freguesias envolvidas) e campanhas de recolha de lixo marinho.

Sociedade e cultura

A revisão acrescenta ferramentas de gestão da procura e qualificação da oferta cultural e turística, como a plataforma de monitorização inteligente de fluxos turísticos (2025) e a aplicação “Azores Whats’ON”, além de medidas de acessibilidade nos equipamentos culturais e de valorização do património.
A matriz de risco atualizada identifica 55 aspetos com impacto potencial na sustentabilidade: 2 de nível “Extremo”, 1 “Severo”, 20 “Alto”, 21 “Médio” e 11 “Baixo”. Entre os riscos mais críticos estão acidentes aéreos, sismos e a qualidade físico-química da água de abastecimento.
Para mitigá-los, a revisão concentra medidas em transportes públicos, saneamento de águas residuais, eficiência energética, gestão da sazonalidade e saúde pública, reforçando a capacidade de resposta a fenómenos extremos e pressões de procura.

Indicadores e metas

O plano mantém a lógica de monitorização semestral com governação pelo Açores DMO e metas associadas a cada ação.
No capítulo energético, por exemplo, as expansões geotérmicas pretendem elevar o peso da geotermia em São Miguel de 40% para 47% e na Terceira de 13% para 33%, evitando, no conjunto, mais de 140 mil toneladas anuais de dióxido de carbono (CO2) emitidas.
Na eletricidade das ilhas mais pequenas, os novos parques fotovoltaicos e eólicos e os sistemas de baterias visam ganhos de penetração renovável na ordem dos 5 a 9 pontos percentuais, consoante os casos.
Em síntese, a 5.ª atualização não muda a direção estratégica de sustentabilidade, coesão territorial e qualidade, mas ganha “balanço” operacional: mais projetos concretos por ilha, calendários definidos e orçamentos estimados, sobretudo em renováveis, mobilidade e água. O objetivo permanece claro: consolidar a liderança açoriana no turismo sustentável, com certificação EarthCheck a subir de patamar anualmente até 2029.

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