Mais uma vez, os Açores surgem com destaque na National Geographic. Desta vez a razão é Rabo de Peixe, mas não por qualquer história de navegadores mercantis italianos que, perdidos no Atântico, por ali aportaram. O motivo é Rabo de Peixe ser considerado como uma zona piscatória sem igual.
Isto mesmo ressalva a escritora e editora Lauren Paige Richeson, que assina um texto onde relata uma viagem pelo mundo, destacando as “sete experiências madrugadoras” que mais o marcaram. A abordagem do autor parte mesmo da premissa que “o nascer do Sol não é apenas a primeira luz da manhã, é também um vislumbre da história escondida de um local”.
Do périplo transformado em crónica, o autor introduz a viagem com a Etiópia e o “caminhar no fogo da depressão de Danakil”, onde a madrugada é “um momento de sobrevivência e esplendor”. Seguem-se as terras altas peruanas dos Andes, onde aprendeu a manusear teares com tecelãs quechua. A terceira paragem é Da Lat, nas terras altas da região central do Vietname, onde “as manhãs pertencem às nuvens”. Já na Europa, a primeira referência é para a produção de queijo na região italiana da Emilia-Romagna “não espera pela luz do dia”. No velho continente, segue-se a França e o nascer do sol nas salinas de Guérande, na região da Bretanha. O sexto destaque são as ragas matinais no rio Ganges em Varanasi, Índia, onde “a alvorada pertence ao rio”. Um roteiro de viagens que termina precisamente em Rabo de Peixe, com a passagem intitulada “Portugal: pesca tradicional ao nascer do sol nos Açores”.
Sobre a vila de Rabo de Peixe, é dito: “Na aldeia piscatória portuguesa de Rabo de Peixe as manhãs começam antes de o Sol nascer. Há várias gerações que as pessoas vivem junto ao porto, aprendendo os ritmos do mar com os seus pais e avós. A pesca tradicional é mais do que um modo de subsistência: é uma identidade, um legado e um meio de sobrevivência(…)”.
O crescente interesse turístico pela localidade é também salientado em nova referência aos Açores na conceituada National Geographic Magazine.