O “Diário dos Açores” assinala este 50º aniversário do 25 de Abril, Dia da Liberdade, com diversos artigos dos nossos colaboradores, na pluralidade de cada uma das suas visões, como é timbre deste jornal.
É, também assim, que se faz Liberdade, dando voz plural a pensamentos diferentes, uma das missões mais nobres do bom jornalismo.
Destaque para a primeira página, concebida pelo artista picopedrense Gilberto Bernardo, ele que foi uma das vítimas do antigo regime e que hoje celebra o Dia da Liberdade com o magnífico poema que publicamos em manchete.
50 anos depois, cada cidadão fará o seu balanço e a sua reflexão, mas não podemos esquecer as novas gerações que não viveram aquele célebre “dia inicial e limpo”, que nos permite a todos escolher em liberdade o nosso futuro, mesmo com todas as dificuldades que os mais jovens enfrentam no dia a dia.
Enquanto um jovem açoriano não conseguir, na sua ilha, consolidar o seu projecto de vida, obrigando-o a emigrar à procura de melhores oportunidades, é a génese do 25 de Abril e da Autonomia que falha.
Por cada família açoriana que não consegue viver condignamente na sua ilha, é outro falhanço do espírito de Abril e da nossa Autonomia Constitucional, conquistada com a Revolução dos Cravos.
Abril pode estar por cumprir, mas isso não pode desmotivar ninguém a prosseguir com o mesmo espírito de há 50 anos, na procura do mesmo entusiasmo do poeta popular retratado na nossa primeira página, quando diz que “a paz floriu”.
Procuremos regar todos os dias esta paz.
Abril sempre!
Osvaldo Cabral
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