Belos Tempos
Será a expressão do Tempo do Paraíso, à nossa possibilidade, à nossa medida?
Por que será que, face a boas recordações e lembranças, temos a tendência para formularmos o nosso sentimento na seguinte expressão?: “Belos Tempos”. Por que será que todos expressamos assim: “Belos tempos”. Talvez porque o tempo ficou em nós como vivência e como saudade, mas uma saudade que tem, também, sempre, tempo presente e tempo futuro. A Essência da Vida, seja ela qual for, é o Amor. A Vida é Amor. DEUS É AMOR. Por que razão não O vemos no Seu Amor para connosco nas mais diversas circunstâncias da Vida? Ao dizermos “Belos Tempos” evocamos boas e belas Memórias que, mais tarde, numa circunstância, ou noutra, vamos partilhar. Nascemos com a Dignidade intrínseca de Ser. Para quê a formulação de tantos direitos se todos eles devem levar ao Direito e ao Respeito da e pela Vida. Nesta época sem espírito, e num tempo de morte, tenhamos a Coragem de Sermos Pessoas e fazermos, já agora, outros, futuros, Belos Tempos. Há uma Luz que percorre as três dimensões do Tempo, tempo passado, tempo presente, tempo futuro. Somos tempo e luz, e o mais que no espaço também se vê. Mas é no Invisível e no Mistério que está o Segredo Indecifrável. O Segredo está, desde os Génesis, na “Árvore da Vida”, que Deus reservou, em exclusivo, para Si. Com a tentação de comer da “Árvore do Conhecimento”, que permitiria distinguir o bem do mal, depois dessa desobediência Deus reservou, só para Si, em Exclusivo, os Segredos da “Árvore da Vida”, por isso ninguém sabe o seu dia e a sua Hora. Mas Cristo avisa: “Orai e Vigiai para não cairdes em tentação”. E as duas últimas petições do “Pai Nosso” devíamos fazer meditar, todos os dias, em Oração:
“Pai Nosso
(…)
E não nos deixeis cair em tentação
Mas livrais-nos do Mal”.
No primeiro dos livros “Jesus de Nazaré” Bento XVI explica que na penúltima petição nós pedimos o auxílio de Deus para não cairmos na tentação, quanto à última petição “Mas livrai-nos do Mal” aí Só Deus tomando em Suas Adoráveis Mãos cada um de nós que nos pode livrar do Mal, que existe, e só Deus tem o Poder Absoluto de o Esmagar.
Também no livro “Pai Nosso”, o Papa Francisco faz-nos ver a “certeza de que o mal não tem nem a primeira nem a última palavra”.
Façamos o Bem e não o mal. “Do bem fica a saudade, do mal fica o remorso”. O que queremos? Qual a nossa Decisão de fundo e central? O Paradoxo é que entre tantos caminhos, veredas e atalhos, Só Há Um Caminho. QUEM O DISSE? “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA?”.
Belos Tempos. Será a expressão de Tempo do Paraíso, à nossa possibilidade? à nossa medida? Será “A Nostalgia de Deus”?
Belos Tempos. Façamos um pedaço do Céu cá na terra. Por mais que a Luz brilhe fala-nos sempre de outra, a Luz Sobrenatural.
Belos Tempos. E se o melhor está para chegar? O que dizer? O que e como viver e conviver. Aproveitemos este nosso Tempo como uma Dádiva de Deus, um Tempo que nos cumpre Ser e realizar, em Verdade, Vontade e Liberdade, para um Desenvolvimento Integral.
Ponta Delgada, 29 de fevereiro de 2024, 18:44, Hora dos Açores.
Emanuel Oliveira Medeiros
A Virtude de Saber Esperar
Tantas vezes se diz sem praticar: “É preciso saber esperar”. Esperar é o longo caminho de Deus, sempre culminante na Vitória. Esperar é da Família da Esperança, que é uma Virtude Teologal. Podemos sabê-lo do catecismo, mas o importante é sabê-lo da carne que sangra e triunfa. Até na doença podemos ser, e somos, vitoriosos. No final da sua vida, com maus de oitenta anos de idade, perguntavam ao Padre Cruz. “Senhor Padre, como está?”, “Um pouco pior, Graças a Deus”. Com mais de oitenta anos, velhinho e doente veio aos Açores, contra a vontade do seu Médico e do Cardeal Cerejeira. O Padre Cruz, desde muito cedo tinha áurea de santo. Mas passados mais de setenta anos sobre a sua morte, ainda não foi canonizado. Há Cardeais e Cardeais. Que tipo de Cardeal, por mera hipótese, se for bem intencionado – como tem de ser – não quer nobilitar e reconhecer um santo? Nem sempre o tempo demasiado longo é bom conselheiro. Perdem-se Memórias e Testemunhos Idóneos. Mas a Verdade vem sempre à tona. A Verdade é Claridade e Transparência e mostra-se por si mesma. Espero que seja desta, que o Padre Cruz seja Canonizado, que estava, espiritualmente e moralmente, acima de certos Cardeais.
Ponta Delgada, 26 de fevereiro de 2024,
Emanuel Oliveira Medeiros
24 DE FEVEREIRO*
QUE HAJA PAZ NA UCRÂNIA E NO MUNDO, A COMEÇAR
NOS NOSSOS CORAÇÕES
As datas, no Tempo, têm tantos sentidos e significados, de alegria, de dor, de amor, etc, etc, etc. O mesmo dia pode significar tudo de bom, de amor, para uma pessoa, família ou povo, ou pode ter tudo de mau, de dor, para outra pessoa, família ou povo. Mas é sádico, execrável, abominável, – e punível – quando uma pessoa, uma família ou um povo se regozija pelo mal que inflige e infligiu. “A maldade merece castigo”.
Esta reflexão poderia ter várias razões e motivações. Mas tem uma muito dolorosa para o mundo civilizado e para todos os que clamam pela Paz. Já faz hoje dois anos em que a Rússia, com um Presidente desprezível, invadiu a Ucrânia. Mas nunca confundir o Estado/Regime com o Povo, seja qual for o Povo. Sabemos, por experiência, em Portugal. E nisso das Relações Internacionais, o Estado que não tem cadastro que atire a Primeira Pedra. Mas depois da II Guerra Mundial, e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nenhum Estado ou Regime tem desculpas nem perdão. Há uma Consciência de Civilidade que está a ser barbaramente baleada. Não podemos tolerar que crimes contra a Humanidade, de carne e osso, fiquem impunes. Mas, em todas as Dimensões da Paz, é fundamental a Religião e a Laicidade, em respeito absoluto, mas nunca laicismo inóspito, que contraria a Consciência Moral, individual, coletiva e universal. A Paz não se faz sem Oração e sem a Diplomacia da Verdade, e “nunca dar tréguas ao Mal”. Leia-se o Livro “Memória e Identidade”, de João Paulo II (Bertrand Editora). Rezemos pela Paz no Mundo. O Poder da Oração é da Natureza do Amor e da Paz. Foi com muita alegria que recebemos a notícia do grande reforço dos EUA em apoio à Ucrânia, o mesmo se espera da União Europeia. A paz dos homens é sempre precária só a Paz de Cristo é duradoura. Cristo é o Modelo da Paz. Cristo é a Paz. Com Cristo Deus entrou, em Pessoa, na História da Humanidade, porque desde o Génesis não se entende a História sem Relação a Deus. É preciso reler Hegel e muitos autores, em correntes plurais, mas na Busca do Sentido da Unidade, que potencia a Diversidade. Diversidade, Unidade e Universalidade estão em correlação.
Deus és o SENHOR da Vida, do Universo e da História. E só Nele Há Paz. Cristo afirmou: “Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha Paz”. Só Deus é o nosso Socorro e Salvação, já neste Mundo. Só Deus nos pode salvar. E Deus exige dos homens, da humanidade, essa Colaboração. São palavras de Cristo:”Vinde bem-ditos de meu Pai, afastai-vos malditos”.
Façamos a Paz nos nossos corações. Só a Conversão do Coração da Humanidade aos Valores Universais poderá fazer com que a História seja Digna como Obra e Realização do Ser Humano, no caminho da liberdade, da responsabilidade e da verdade. Quando os indivíduos, em concreto, por ambição, tomam conta dos Aparelhos e das Máquinas dos Estados ocorrem todas as formas de Totalitarismo. O que aprendeu a Humanidade com a I e II Guerras Mundiais?
Todavia, totalitarismo, que é monstruosidade, nada tem a ver com o Sentido do Todo, da Totalidade e Absoluto, em Abertura, que, enquanto tal, são manifestações da Verdade e da Liberdade. Leia-se Lévinas, entre muitos outros autores e filósofos.
Muita atenção às perversões das Democracias. Podem multiplicar-se como cogumelos. Essas perversões, escondidas, podem contaminar as próprias eleições. Na Contemporaneidade temos visto ditadores que, disfarçados nas urnas, levam à ruína das Democracias e à crise – ou, até, falência – de Estados de Direito Democrático. Também por isso, e não só, me tenho interessado pela Filosofia do Direito.
Tenho estudado e publicado, em diversas dimensões, questões e problemáticas das Sociedades, Territórios e Ação Humana, também a partir dos Horizontes da Educação e das Letras.
Ponta Delgada, 24 de fevereiro de 2024,
Emanuel Oliveira Medeiros
*Texto revisto, mantendo a linha estruturante.
(Textos escritos, e publicados, originalmente, na minha Página do Facebook. )
Eleições, Urgências e Derivas:
Da realidade e da imaginação?
Vou votar, no próximo domingo, dia 10, de modo consciente, responsável e (ainda) livre.
Veremos como será a contagem dos votos e as leituras, à partida, todas legítimas?!… porque, em Política, e em Democracia (ainda) não foi descoberta a Teoria de Todas as Hipóteses possíveis. Veremos.
É tempo de rever a formulação do que está escrito no artigo 187º da Constituição da República Portuguesa. Esse artigo foi, e pode ser, fonte de todas as derivas possíveis. Muito Cuidado. Urge, ainda e sempre, regar, em cada dia, a Democracia, conquistada no 25 de abril de 1974. É tempo de Celebrarmos os 50 anos do 25 de abril, revigorando os Princípios e Ideais de abril, em Ideias e Ação, em Verdade, Desenvolvimento Integral e Liberdade.
Ponta Delgada,07 de março de 2024,
Emanuel Oliveira Medeiros*
Professor Universitário*
*Doutorado e Agregado em Educação e na Especialidade de Filosofia da Educação