Nos tempos que correm, e apesar do acesso cada vez mais facilitado ao conhecimento e à possibilidade de tomarmos decisões mais fundamentadas, são ainda tão frequentes os discursos que favorecem a nossa etnia, as nossas escolhas, os nossos interesses, em detrimento dos que são de etnias diferentes, pensam de forma diferente, vivem em contextos diferentes.
Com efeito, quando forças tendenciosamente racistas, por exemplo, ganham cada vez maior destaque, é ainda mais urgente defender o direito à vida, à liberdade, à justiça e ao bem-estar. Há poucos dias, numa reportagem, um refugiado reforçava, em público e visivelmente emocionado, o seu contributo para o país, enquanto defendia o direito de viver em Portugal e, ainda assim, houve quem considerasse que os jornalistas estavam a dar-lhe palco. No entanto, e não obstante os desafios da imigração e do acolhimento de refugiados, é verdade que estas pessoas, que procuram a paz e a oportunidade de proporcionarem uma vida melhor à sua família, direitos fundamentais de qualquer ser humano, são muitas vezes as que também contribuem para o crescimento económico-social do nosso país, pela oferta da mão de obra cada vez mais escassa e da oportunidade de se conviver e aprender com diferentes culturas, crenças e costumes. Estamos, desse modo, a desenvolver a solidariedade e o espírito de interajuda, cruciais em todas as áreas da nossa vida, e em especial, na construção da paz. Ajudemos, então, a construir um mundo melhor. Toda a ajuda conta, desde o acolhimento caloroso ao novo aluno ao respeito pelas diferenças e pelos direitos de todos nós. E ao contrário do que possamos pensar, não estamos apenas a ajudar os outros. A literacia em psicologia atesta que o impacto da solidariedade e da interajuda na promoção do nosso bem-estar é precioso para quem as pratica.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os açorianos!
Um conselho da delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Paula Domingues