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103 e 50

ANIVERSÁRIO DO PCP – Fundado em 6 de março de 1921, assinala-se esta semana o 103º ano de vida do Partido Comunista Português, precisamente na mesma semana em que, coligado com o Partido Ecologista “Os Verdes” na CDU, se apresentará mais uma vez com os seus candidatos às eleições de domingo para deputados à Assembleia da República (e não para primeiro-ministro, como alguns gostam tanto de fantasiar).
Sobre o PCP, os seus membros e simpatizantes, único partido que não se deixou derrotar e resistiu sempre à proibição dos partidos imposta durante 48 anos pela ditadura salazarista, o regime ergueu uma pesada cortina marginalizadora, caluniosa, e antisséptica visando a todo o custo evitar que exercesse a sua influência sobre a população e os seus problemas. Graças à coragem, heroicidade, à implantação popular, convicções e razões dos seus membros e simpatizantes, o fascismo nunca conseguiu o seu objetivo supremo de erradicar este partido da cena política e antes pelo contrário, como todos reconhecem (ainda que nalguns casos com relutância e noutros até com ódio), foi ele um dos que mais contribuiu para abrir a cova onde o 25 de Abril e os militares revolucionários portugueses enterraram a ditadura em 1974.
Passados quase 50 anos da revolução, não estando completamente dissipadas as mentiras e calúnias do anticomunismo primário com que o fascismo inundou em dezenas de anos a cabeça dos portugueses, eis que uma nova e densa cortina, na informação e nas redes sociais, se tem vindo sistematicamente a reerguer à volta do PCP e da CDU para deturpar as suas posições políticas, sempre visando o mesmo objetivo: evitar que essas posições, na sua versão efetiva e real, possam influenciar as populações de forma contrária aos interesses dominantes, seja na região, no país ou no mundo. O exemplo mais gritante é: lutar pela Paz hoje em Portugal e na Europa, seja na Palestina, na Ucrânia ou noutro qualquer ponto do mundo, como fez antes o PCP nos tempos da guerra colonial, como faz agora e fará sempre, passou a ser classificado como uma heresia aparentemente condenada por muitos e inocentes cidadãos comuns, com o argumento falacioso que lhes foi incutido até à exaustão de que isso significa apoiar Putin (?). Isto quando a defesa do militarismo, da produção armamentista massiva, e da(s) guerra(s) voltaram a ser a linguagem, a ação e o investimento concretos, incontidos e dominantes num ocidente que se revela progressivamente decadente e fonte de instabilidade sistémica no mundo…
O PCP (e a CDU), mais uma vez, não se irão deixar vencer por essa pressão imensa e intencional, quase transformada em ressuscitada caça às bruxas, que lhe tem vindo a ser dirigida pelas direitas, a comunicação social e até por alguns setores que se dizem de esquerda. A intervenção do PCP e da CDU na sociedade faz falta aos portugueses, particularmente a quem trabalha ou já trabalhou, e à defesa da Democracia, da Liberdade e duma vida melhor conquistados há 50 anos na sequência do derrube revolucionário do fascismo português em 25 de Abril de 1974. Os 103 anos do PCP e os 50 anos do 25 de Abril estão de tal forma entre ligados que o prejuízo de um significa objetivamente o prejuízo do outro em qualquer circunstância.
O perigo dos retrocessos políticos e institucionais na democracia portuguesa e nas conquistas de Abril que as direitas objetivamente defendem e que o PS não soube ou não tencionou precaver devidamente com a sua recente maioria absoluta, aumenta muito, como se de pequenos AVC’s na Democracia se tratassem, em cada voto que se perde na CDU para servir inutilmente de empréstimo parasitário momentâneo, dito “pragmático” ou “útil”, a qualquer outra força política concorrente às eleições do próximo domingo, ou até mesmo à abstenção…

Mário Abrantes

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